Esta canção de Lô Borges já recebeu diversos arranjos maravilhosos de grandes nomes da música popular brasileira. O de minha predileção é o que Tom Jobim fez, com versão em inglês ‘ Blue Train’, que se pode ouvir no disco Antonio Brasileiro de 1994. Neste arranjo Tom dá especial atenção ao vocal aberto da Banda Nova, composto das esposas dos integrantes da Banda. Já na introdução o vocal dá a direção do arranjo. Como não se inspirar e tentar fazer algo minimamente belo, sob a influencia do mestre Tom?

A música dentro do ambiente corporativo nos possibilita muitas vezes refletir sobre questões profundas. O que de fato importa em meio a toda a correria do dia-a-dia? Esta canção busca responder a essa pergunta em cada um de seus versos.

Quase todas as canções do Lulu Santos nos convidam pra cantar junto. Na época em que fiz esta adaptação, o coro tinha grande número de meninas, o que justificou a divisão em três partes femininas e duas masculinas. O espaço para solo instrumental foi incluído porque tínhamos um excelente saxofonista que participava do coro naquela época. Como sempre, a forma, a introdução, a dinâmica e as repetições foram sugeridas pelos cantores.

A classe de canto coral na UNIRIO tem uma característica rara: há muito mais vozes masculinas que femininas. Então, para valorizar as meninas desse grupo, que cantam tão bonito, adaptei esse Vilarejo, a três vozes com acompanhamento. A canção fala de um lugar maravilhoso que, no mundo de hoje em dia, nos parece cada vez mais distante. Que a nossa cantoria nos ajude sempre a sonhar…

Essa é uma canção significativa na MPB, por algumas razões: a época em que foi escrita, a letra e a voz ímpar do Milton Nascimento. Cantamos esse arranjo com o brilho nos olhos de quem "sabe que a paz é passageira, e para defendê-la se levanta e grita: eu vou!” A ideia é deixar o texto ir crescendo, se construindo até o fim, quando finalmente se exclama: Liberdade!

Falar sobre o “não controle” é importante dentro de um ambiente tão controlado e exigente do mundo corporativo. O desejo de sentir-se liberto é expresso nos versos de Vou Deixar. E essa experiência é muito mais significativa quando é vivida de maneira coletiva! “Eu já estou na sua estrada. Sozinho não enxergo nada”.