Essa música da Kell Smith evoca uma questão muito relevante frente a um contexto corporativo de tantas responsabilidades e exigências. Canções como essa fazem os funcionários terem a oportunidade de extravasar pressões e trazer à memória lembranças positivas da infância. Resiliência é uma dos conceitos importantes que esta letra evoca: “Tudo voltava ser novo no outro dia, sem muita preocupação”.

Este é um arranjo romântico que propõe uma brincadeira cênica onde os naipes femininos representam a amada que espera na janela enquanto o naipe masculino conduz a letra da canção almejando encontrá-la.

Uma das minhas canções preferidas de Tom e Vinícius, este arranjo à 3 vozes é muito bom para coros com um único naipe masculino. Funciona bem para coros que estão iniciando, com muitas dobras da melodia entre naipes, e contracantos ativos para fazer o ‘ recheio’ harmônico. Fez parte das canções gravadas pelo coro da CNSeg no seu primeiro cd.

Hyde Park é uma das canções do único disco gravado pela Carnaby Street Pop Orchestra and Choirem 1969. Ela tem sido a canção tema de abertura do programa Esporte Espetacular da TV Globo por muitos anos. Durante o tempo que trabalhei no Coral da TVG houve um ano em que preparamos arranjos de temas de abertura ou trilha sonora de programas da emissora. Este é um arranjo desafiador, porque a canção não tem letra e espera-se que o coro dê um caráter mais instrumental à sua execução.

Neste arranjo predomina a textura polifônica. É importante contar com um acompanhamento harmônico que ajude a estabelecer "climas" diferentes entre as seções. Foi escrito para o coro que já funcionava junto há alguns anos. Alguns detalhes, como um trecho a cappella em fugato, o tornam um pouco difícil para o trabalho com coros em estágio muito iniciante.

Este é um dos pouquíssimos arranjos que Stella e eu escrevemos juntos. Escolhemos a canção pela força de seu texto, que tentamos ressaltar ao máximo. Começando com uma “nuvem" de sons, que aos poucos vai se dissolvendo e dando lugar a um solista, que declara: “Mas é claro que o sol vai voltar amanhã”. Para realçar a expressão dessa letra, há um trecho falado pelo coro, em uníssono, em que os cantores devem olhar nos olhos dos ouvintes. Apesar desses efeitos, é um arranjo simples, de fácil aprendizado, que oferece boa possibilidade de movimentação cênica.

Fiz esse arranjo para reiniciar as atividades de um coro, no começo de ano. É fácil da cantar, a tessitura de cada voz é confortável, algumas seções estão em uníssono, a levada é meio country-rock e a letra é divertida. Porém, durante os ensaios percebi que os cantores não gostavam dessa canção (por uma série de razões extra-musicais, como entendi depois). Assim, retirei esse arranjo do repertório e trouxe outros para aquele ano. O episódio não me incomodou. Ao contrário, foi mais um aprendizado: um coro deve cantar o que seus coristas gostam e acreditam, afinal, são os cantores que produzem sons. Nós, regentes, somos apenas os "organizadores dessa cantoria".

Este é um arranjo de forte apelo percussivo. O desenho vocal não é tão complexo, e o que dá graça é o conjunto. Sugiro um acompanhamento de percussão marcante e que o piano (ou outro instrumento harmônico) apenas faça uma base , com ritmo "estático", caso seja necessário.

Duas coisas interessantes marcaram o processo de elaboração e ensaio deste arranjo. A primeira foi o fato da própria poesia aparentemente influenciar o modo de preparo, pois neste houve muitas versões, testes e, consequentemente mudanças. A segunda são os trocadilhos que, de maneira geral, as letras sugerem nas situações diversas dos ensaios: 'Mudaram as estações, mas nada mudou'; 'Tá tudo assim tão diferente'...

Por sugestão do coro, após o final repetíamos o arranjo a cappella, com o acompanhamento retornando somente na segunda parte. Por ser uma canção muito conhecida, a trecho final era invariavelmente acompanhado pelo público,. O caráter ritmado da canção realça a importância da articulação do texto, especialmente na primeira seção do aranjo.